Quando a polarização impede o método: análise da tentativa frustrada do estudo de recepção no WhatsApp
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Palabras clave

método in situ
grupo focal
eleições presidenciais
Jair Bolsonaro
Brasil

Resumen

Este artigo trata sobre um método que não obteve êxito. O objetivo desse texto é explicar as nuances e as diferenças dos grupos focais tradicionais e do método in situ, que busca explorar as relações entre indivíduos que já se conhecem antes dos encontros. A tentativa de realizar essa abordagem ocorreu durante o período eleitoral de 2018 no Brasil. O objetivo era compreender como as pessoas lidavam com as informações políticas recebidas por WhatsApp, principalmente aquelas que vinculavam apoio de famosos aos candidatos. Para isso, foram formados nove grupos, que realizariam três reuniões cada, em Joinville, Santa Catarina. Mas a polarização política existente no Brasil tornou impossível que os encontros prosseguissem. Parte disso se deve ao fato de a ciência e a pesquisa acadêmica se tornarem parte da disputa narrativa entre os candidatos à presidência e parte da falta de incentivos aos entrevistados. Mesmo assim, esse artigo não tenta invalidar o método e sim apontar caminhos para que ele possa ser utilizado de forma adequada e proveitosa, apontando para possíveis problemas e como evitá-los.

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